Presidente da FORD e o preço alto do carro
Presidente da FORD e o preço alto do carro
"O presidente da Ford Brasil, Marcos de Oliveira, disse que é preciso um acordo com o governo e todas as partes envolvidas no setor automobilístico para resolver o problema do custo da produção de carro no Brasil. Ele admitiu que o alto preço do carro ao consumidor brasileiro não é apenas por culpa do imposto.
"O problema é muito mais amplo" - disse o dirigente ao repórter José Carlos Pontes, da Agência AutoInforme. "Não queremos uma reunião com o governo para reivindicar a redução do imposto. Nem queremos tocar neste assunto. É preciso uma discussão mais ampla, para evitar que daqui a alguns anos haja problemas sérios com a indústria automobilística brasileira".
Segundo Marcos de Oliveira, o Brasil corre o risco de "desindustrialização", isto é: a redução da produção local em consequência do aumento das importações.
O presidente da Ford disse que a concorrência está derrubando os preços, e com isso a rentabilidade das montadoras está diminuindo. E ameaçou: "resta saber até quando vamos aguentar. Se essa situação não for mudada, creio que em cinco anos a indústria vai começar a demitir".
Um estudo feito pela Anfavea, a associação dos fabricantes, mostra que o custo de produção do carro no Brasil é 60% maior do que na China. Foi estabelecido um índice de custo 100 para a China. Para o México esse índice seria 120 e para o Brasil 160.
O curioso é que os maiores importadores de carros no Brasil são as montadoras, notadamente as quatro grandes. Elas são responsáveis por nada menos do que 78% de todos os carros estrangeiros vendidos no País. Os importadores oficiais, reunidos na Abeiva, importaram no semestre 20% do total, carros que, além dos impostos normais, pagam 35% de alíquota de importação; os outros 2% foram trazidos por importadores independentes.
A despeito do alto custo de produção, o Brasil continua recebendo investimentos em novas fábricas.
A Chery faz a cerimônia do lançamento da pedra fundamental da sua fábrica em Jacareí no próximo dia 19. Conforme anunciou o Carsale nesta semana, a Lifan e a importadora brasileira Effa assinaram um acordo para a construção de uma fábrica no Brasil com investimento inicial de US$100 milhões e produção de 10 mil unidades por ano. As duas montadoras já investiram US$ 70 milhões num centro de pesquisa e desenvolvimento, para a criação de um carro pequeno.
Ou os dados do estudo da Anfavea estão errados ou os chineses estão muito mal informados. E vão quebrar a cara. Qual a sua aposta?
Reação
A repercussão da reportagem especial Lucro Brasil foi avassaladora. Foram 700 mil visitas no blog, 2000 comentários, 300 emails, quase a totalidade dos comentários concordando que o carro no Brasil é muito caro e que não há explicação para isso.
As raras vozes discordantes vieram de um instituto que "defende a liberdade de propriedade", e de um colunista, que classificou a reportagem como "crítica fácil".
Fácil - e confortável - é reproduzir o discurso da indústria, que culpa o imposto por todas as mazelas do setor.
Difícil é explicar, como tentamos, de onde vem essa grande margem que faz o carro brasileiro ser o mais carro do mundo."
Joel Leite - UOL CARRO
"O problema é muito mais amplo" - disse o dirigente ao repórter José Carlos Pontes, da Agência AutoInforme. "Não queremos uma reunião com o governo para reivindicar a redução do imposto. Nem queremos tocar neste assunto. É preciso uma discussão mais ampla, para evitar que daqui a alguns anos haja problemas sérios com a indústria automobilística brasileira".
Segundo Marcos de Oliveira, o Brasil corre o risco de "desindustrialização", isto é: a redução da produção local em consequência do aumento das importações.
O presidente da Ford disse que a concorrência está derrubando os preços, e com isso a rentabilidade das montadoras está diminuindo. E ameaçou: "resta saber até quando vamos aguentar. Se essa situação não for mudada, creio que em cinco anos a indústria vai começar a demitir".
Um estudo feito pela Anfavea, a associação dos fabricantes, mostra que o custo de produção do carro no Brasil é 60% maior do que na China. Foi estabelecido um índice de custo 100 para a China. Para o México esse índice seria 120 e para o Brasil 160.
O curioso é que os maiores importadores de carros no Brasil são as montadoras, notadamente as quatro grandes. Elas são responsáveis por nada menos do que 78% de todos os carros estrangeiros vendidos no País. Os importadores oficiais, reunidos na Abeiva, importaram no semestre 20% do total, carros que, além dos impostos normais, pagam 35% de alíquota de importação; os outros 2% foram trazidos por importadores independentes.
A despeito do alto custo de produção, o Brasil continua recebendo investimentos em novas fábricas.
A Chery faz a cerimônia do lançamento da pedra fundamental da sua fábrica em Jacareí no próximo dia 19. Conforme anunciou o Carsale nesta semana, a Lifan e a importadora brasileira Effa assinaram um acordo para a construção de uma fábrica no Brasil com investimento inicial de US$100 milhões e produção de 10 mil unidades por ano. As duas montadoras já investiram US$ 70 milhões num centro de pesquisa e desenvolvimento, para a criação de um carro pequeno.
Ou os dados do estudo da Anfavea estão errados ou os chineses estão muito mal informados. E vão quebrar a cara. Qual a sua aposta?
Reação
A repercussão da reportagem especial Lucro Brasil foi avassaladora. Foram 700 mil visitas no blog, 2000 comentários, 300 emails, quase a totalidade dos comentários concordando que o carro no Brasil é muito caro e que não há explicação para isso.
As raras vozes discordantes vieram de um instituto que "defende a liberdade de propriedade", e de um colunista, que classificou a reportagem como "crítica fácil".
Fácil - e confortável - é reproduzir o discurso da indústria, que culpa o imposto por todas as mazelas do setor.
Difícil é explicar, como tentamos, de onde vem essa grande margem que faz o carro brasileiro ser o mais carro do mundo."
Joel Leite - UOL CARRO







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Re: Presidente da FORD e o preço alto do carro
Olha o presidente da ford chorando e ameaçando o governo!!! Igual todas fizeram para o governo abaixar o IPI ano re-retrasado!!
Que palhaçada hein?!??! Abaixou o preço do Fiesta, abaixou o preço das peças e mão de obra e continua vendo a avó pela greta!!
Esse artigo abaixo é TOP!!!
http://www.automotivebusiness.com.br/ar ... artigo=448
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Carro novo: Punto Sporting Dualogic Branco Kalahari
Antigo carro: Punto ELX Prata Bari
Antigo carro: Punto ELX Prata Bari
Re: Presidente da FORD e o preço alto do carro
qsboy escreveu:Olha o presidente da ford chorando e ameaçando o governo!!! Igual todas fizeram para o governo abaixar o IPI ano re-retrasado!!
Que palhaçada hein?!??! Abaixou o preço do Fiesta, abaixou o preço das peças e mão de obra e continua vendo a avó pela greta!!
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ótimo texto!
a destacar:
A título de comparação, um chinês Chery Face 1.3 desembarca no Brasil com preço FOB (sem incluir frete, seguro e impostos) de US$ 7,1 mil, muito próximo do conterrâneo “completão” JAC J3 Turin sedã, que chega ao porto por US$ 7,7 mil. A diferença, como se vê, é grande. Contudo, para competir com a China, o Brasil teria de decretar uma ditadura, controlar o câmbio e pagar mal seus trabalhadores. Melhor esquecer isso.
O problema é quando esse carro nacional exportado compete com ele mesmo no mercado nacional. Partindo do preço FOB médio de exportação de um carro 1.6, de US$ 10,5 mil, após aplicar a carga tributária brasileira, a maior do mundo sobre automóveis, esse mesmo veículo custaria R$ 24,4 mil, considerando que o exportador já colocou seu lucro no valor. Pois no Brasil não se acha um modelo 1.6 por menos de R$ 33 mil (equivalente a um Volkswagen Gol “peladão”), valor 36% mais caro. A margem, portanto, ainda é bastante elástica para competir no mercado interno.
O que não se ouve dos dirigentes da indústria automotiva nacional, em nenhum momento, é a admissão de que os produtos feitos aqui não servem para ser exportados não só por causa do custo, mas também porque foram pensados e projetados para oferecer o menos possível pelo maior preço possível. Poucos mercados no mundo compram veículos assim, o que significa uma dificuldade de exportação maior do que qualquer desvantagem cambial. E até os brasileiros querem coisa melhor: prova disso é crescente aumento no País da preferência por modelos mais bem equipados e com motorização superior a 1 litro, que pela primeira vez em mais de uma década superaram as vendas dos chamados carros populares, com mais de 52% dos emplacamentos de novos.
Muitos desses carros (20%) são importados e alguns deles conseguem chegar ao País custando menos do que os nacionais, mesmo pagando imposto de importação de 35%, como é o caso dos chineses. O estarrecedor é verificar como os importadores também praticam margens estratosféricas no Brasil. Para ficar com os mesmos exemplos, o preço de nacionalização do JAC J3 Turin (após todos os impostos II, IPI, ICMS e PIS/Cofins) fica em R$ 19,3 mil para o importador, mas ele é vendido por quase R$ 33 mil, com margem de 106%.No caso do Chery Face esse porcentual é de 85%: o modelo salta de R$ 17,8 mil na importadora para R$ 33 mil nas lojas. O mesmo acontece com o carro mais barato à venda no Brasil, o Chery QQ, que chega com preço FOB de US$ 4,4 mil, é nacionalizado por R$ 12,4 mil e depois é vendido por R$ 23 mil, 86% mais.
Há também interessantes exemplos de montadoras importadoras. A Ford traz do México, sem pagar imposto de importação, o New Fiesta, com motor 1.6 feito no Brasil, pelo preço FOB de US$ 11,4 mil, nacionaliza o modelo por R$ 27 mil e cobra R$ 51,4 mil do consumidor (margem de 90%). A Fiat monta o Siena na vizinha Argentina, com motor e muitos componentes brasileiros, traz a versão Essence por US$ 12,9 mil (FOB), que após aplicação de impostos ficaria em R$ 29,7 mil, mas vende por R$ 41,3 mil (39% de margem).
E qual o segredo para vender o carro relativamente mais caro do mundo? O crédito, que mesmo com os juros mais altos do mundo, acomoda em suaves prestações que cabem no bolso todas as assimetrias de custos, preços e bobos do mercado brasileiro.
e o povo compra né...
e tem gente q teima q o preço do bravo t-jet é 'normal'...


- Velha Guarda
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Re: Presidente da FORD e o preço alto do carro
O preço do Bravo T-Jet é "normal" dentro do mercado brasileiro, marcado pelo abuso das montadoras em colocar uma gigantesca margem de lucro, conforme relatado nas matérias divulgadas.
Se eliminarmos esse cenário de abusividade e o preço do T-Jet permanecer o mesmo cobrado nos dias atuais, ai sim estaria caro. Ou melhor, TODO e QUALQUER carro vendido no Brasil seria caro, tanto o T-Jet quanto, por exemplo, o seu Punto!
As afirmações devem ser analisadas dentro de cada contexto! Dentro do cenário atual: T-Jet não está caro (minha opinião, é claro). Fora do cenário atual (em outras palavras, dentro do cenário mundial): está caríssimo, assim como todo carro vendido no Brasil!
Se eliminarmos esse cenário de abusividade e o preço do T-Jet permanecer o mesmo cobrado nos dias atuais, ai sim estaria caro. Ou melhor, TODO e QUALQUER carro vendido no Brasil seria caro, tanto o T-Jet quanto, por exemplo, o seu Punto!
As afirmações devem ser analisadas dentro de cada contexto! Dentro do cenário atual: T-Jet não está caro (minha opinião, é claro). Fora do cenário atual (em outras palavras, dentro do cenário mundial): está caríssimo, assim como todo carro vendido no Brasil!
- Velha Guarda
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Re: Presidente da FORD e o preço alto do carro
hummum me engana que eu gosto 

"Se torque em baixo giro fosse sinonimo de desempenho, Fusca andaria pra caramba" (Camerato, Punto Club, 2011)
Re: Presidente da FORD e o preço alto do carro
Shadowzinnnn.
Ótimo ver a sua participação.
Realmente as montadoras "compactuaram" com relação as margens aplicadas ao mercado Brasileiro.
Lucros exorbitantes e vem com papinho de desindustrialização...
Reduzir a margem de 70% para 35% e parar de sustentar as matrizes com dinheiro e MO Brasileira, nem pensar!!!
Fiat Br. salva a fiat it. a 2 décadas.
Gm idem.
Não erraria muito se falasse o mesmo da FORD.

Ótimo ver a sua participação.


Realmente as montadoras "compactuaram" com relação as margens aplicadas ao mercado Brasileiro.
Lucros exorbitantes e vem com papinho de desindustrialização...
Reduzir a margem de 70% para 35% e parar de sustentar as matrizes com dinheiro e MO Brasileira, nem pensar!!!
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Gm idem.
Não erraria muito se falasse o mesmo da FORD.



- Velha Guarda
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Re: Presidente da FORD e o preço alto do carro
O mais importante de todas essas matérias é que, finalmente, a imprensa parece que ou abriu os olhos ou se libertou da "censura" de liberdade de expressão (pressão, por parte das montadoras por exemplo, de eventual ameaça de não anunciar mais com eles) e está mostrando a triste realidade da indústria automotiva nacional, que agora, assim como na década de 90, quando da liberação das importações se viu muito ameaçada, com a chegada dos chineses, volta a ser colocada em xeque. A imprensa volta a prestar um serviço de utilidade realmente importante, ao informar os consumidores e, com isso, faze-los acordar para o quanto são feitos de imbecis
e são explorados e que a grande ilusão apregoada por décadas de que "o culpado dos preços dos carros é do voerno com seus impostos" começa a cair e os culpados, expostos. Tomara surjam mais matérias como essas.
Ferranda: obrigado.

Ferranda: obrigado.








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Re: Presidente da FORD e o preço alto do carro
Recentemente estive em uma viagem de trabalho para os EUA e conversando com meus colegas de lá, descobri que existe uma lei que limita a margem de lucro dos produtos, por exemplo:
A concessionária da FORD recebe o carro, ela só pode colocar um máximo de 7% de lucro sobre o valor que ela "comprou" da fábrica.
Isso vale para TODOS os produtos, a única coisa que muda é o percentual que de estado pra estado é diferente.
Voltando pra nossa terra das bananas, pesquisei e não achei nada sobre uma lei parecida, logo se eu quiser vender com 400% de lucro eu posso vender...
A concessionária da FORD recebe o carro, ela só pode colocar um máximo de 7% de lucro sobre o valor que ela "comprou" da fábrica.
Isso vale para TODOS os produtos, a única coisa que muda é o percentual que de estado pra estado é diferente.
Voltando pra nossa terra das bananas, pesquisei e não achei nada sobre uma lei parecida, logo se eu quiser vender com 400% de lucro eu posso vender...

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Re: Presidente da FORD e o preço alto do carro
leonardo.marchese escreveu:Recentemente estive em uma viagem de trabalho para os EUA e conversando com meus colegas de lá, descobri que existe uma lei que limita a margem de lucro dos produtos, por exemplo:
A concessionária da FORD recebe o carro, ela só pode colocar um máximo de 7% de lucro sobre o valor que ela "comprou" da fábrica.
Isso vale para TODOS os produtos, a única coisa que muda é o percentual que de estado pra estado é diferente.
Voltando pra nossa terra das bananas, pesquisei e não achei nada sobre uma lei parecida, logo se eu quiser vender com 400% de lucro eu posso vender...
esse negohcio de lei pra limitar o Lucro eu acho errado..
o produto é seu, vc vende pelo preço que bem entender...troxa eh quem paga

- Piloto de Auto Escola
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Re: Presidente da FORD e o preço alto do carro
Mas o Mucs, ai acontece o que temos hoje, todos colocam o preço lá no alto.
Como escolher o melhor valor se todos estão caros devido aos lucros altos?
Como escolher o melhor valor se todos estão caros devido aos lucros altos?
- Piloto de Autorama
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