Onze motores de automóvel notoriamente ruins

*** hehehehe ***

Um motor odiado nem sempre é necessariamente um motor ruim. Muitas vezes pode se tratar apenas de um caso em que seu projeto ficou defasado com o tempo, foi limitado por novas exigências de poluição, segurança ou aplicação, ou mesmo por ter implementado boas ideias de maneira ruim ou até antes do tempo.

Hurricane seis cilindros Willys/Ford no Maverick
O motor seis cilindros usado aqui no Brasil pelo Maverick é uma evolução do motor Willys Hurricane de 1950 que equipou Jeeps, Rural Willys, Aero Willys e outros modelos. A compra da Willys-Overland pela Ford permitiu que a empresa usasse algo já conhecido, sem precisar investir no projeto e fabricação de uma nova máquina. O problema é que o motor exigiu recursos para sua adaptação ao Maveco, e sua concepção antiga – “O primeiro motor à gasolina produzido no Brasil” – não tinha um rendimento dos mais empolgantes - há quem jure que ele não rendia mais que o quatro cilndros também oferecido.

Ford CHT / Autolatina / Volkswagen AE
Nem tanto um caso de um motor ruim, o CHT foi outro resquício das compras da Ford. O projeto dessa vez veio dos franceses da Renault. Enquanto o seis cilindros do Maverick veio de uma atualização do usado no Aero Willys, o CHT é a evolução do motor do Willys Interlagos, a versão nacional do Alpine A108, com alguns componentes compartilhados com o Dauphine/Gordini. O motor – chamado de Ventoux na França – foi batizado de CHT por aqui ao ser adotado pelo Corcel – por sua vez, baseado no Renault 12. Não era nada mal na econômica Europa da década de 50, mas seu desempenho depois de décadas continuava baixo, ainda mais quando, com o nome de AE1600, substituiu o AP1600. No final da vida, ainda teria uma versão 1.0.

GM Família II
Outro caso de pistões, cilindros e bielas fazendo hora extra, a família II da GM chegou por aqui empurrando o Monza. Gostou tanto do Brasil que acabou equipando três gerações do Astra (incluindo o Vectra atual), após receber injeção multiponto e outras atualizações. Taxistas em geral continuam adorando a confiabilidade e a manutenção sem segredos desses 2.0, mas o que já foi um motor moderno no final se tornou um dos pontos fracos na disputa da GM com os modernos sedãs europeus, japoneses e (agora) coreanos.

Volkswagen 1.0 16v e 16v Turbo
Para dar ânimo ao motor 1.0 – além de aproveitar alíquotas menores dadas pelo governo aos motores de menor cilindrada – a Volkswagen criou uma versão com dezesseis válvulas, usado na Parati e no Gol, e outra com um turbocompressor Garrett. A maior potência, no entanto exigia cuidados redobrados quanto às recomendações do fabricante, o que nem sempre acontecia . Isso gera até hoje uma polêmica entre os comentários - é grande o número de gente que reclama da confiabilidade desse motor, enquanto outros dizem que a culpa é da falta de manutenção adequada por parte dos donos. Dez anos depois, a mesma fórmula de volumes menores com sobrealimentação volta a surgir como opção para reduzir o consumo e a emissão de poluentes. Será que dessa vez pega?

Renault 1.4
O motor Renault 1.4, encontrado nos modelos Alliance e Encore da década de 80, era bem ruim. Famoso por explodir a junta do cabeçote, quando não estava queimando óleo ou morrendo, andava como se tivesse fumado três maços de cigarro por dia durante décadas. O motor era simplesmente anêmico. A cada troca de óleo era bom checar a junta do cabeçote, só por precaução.

Ford V8 4.2
Usado originalmente nos Mustangs da plataforma Fox na década de 1980, o V8 4.2 era um verdadeiro mico. Limitado pelos equipamentos de controle de emissões, produzia apenas 120 cavalos. O carro era oferecido ainda com um quatro cilindros turbo, que conseguia ser mais potente. Menos potência com o dobro de cilindros? Como você vai encarar os outros pony cars, Mustang?

Suzuki 1.0 3 cilindros
Um litro e três cilindros de fúria! O motor respirava por meio de um carburador operado a vácuo, que era “barulhento como o inferno” segundo o Crel. O motor parecia sofrer da síndrome do Mario Bros, com mais de 40 tubos e mangueiras. Se uma das mangueiras de borracha se soltasse, você poderia perder uma bela tarde (se tiver sorte). Um motor que não valia o trabalho que dava.

V8 4.3 GM Diesel
“Ruim mesmo pelos padrões da GM” parece ser o consenso entre os comentários quando se trata do motor diesel da GM no final da década de 1970. Reza a lenda que esses motores eram unidades a gasolina, convertidos de qualquer jeito para “usar” diesel. Ao contrário da maioria das lendas, essa história termina com frustração e tristeza, além de fumaça, cheiro e som nos passageiros. Conhecido pelo desempenho decepcionante e por explodir juntas de cabeçote, esses motores são uma mancha na história da GM norte-americana que ela gostariam de apagar.

Peugeot-Renault-Volvo V6
Usado em uma série de Volvos, Renaults, Peugeots e até alguns Dodges, o V6 projetado por um comitê era a verdadeira definição de um motorzinho. Construído em alumínio (para ser rápido, certo?) tinha tendência a deformar, baixa potência, e era tão mal projetado que para trocar praticamente qualquer coisa nele, todo o bloco tinha que ser removido. Mas o pecado mais imperdoável de todos não era o quão baixo era sua confiabilidade. É que foi parar no DeLorean.

General Motors 8-6-4
Se você procura por um motor cujo conceito estava além da tecnologia necessária para funcionar, acabou de encontrar. Desenvolvido com um sistema para desativar os cilindros quando não eram necessários, o 8-6-4 parecia uma grande ideia no papel. A realidade era outra, os motoristas sofriam com batidas, sons, desempenho irregular, e ataques de fúria. Foi um dos piores motores a vir da GM em muitos anos. O sistema não era muito confiável também, deixando os donos com um motor 8-6-4-0 no final das contas.

Qualquer coisa da British Leyland
A não ser que você goste de estocar óleo – e de manchas frequentes no piso da garagem ou na frente de casa – além de nuvens de fumaça aleatórias na estrada, os motores da British Leyland provavelmente não são a melhor escolha. Claro, foram usados em alguns carros divertidos. Mas deram à empresa a reputação que tem hoje. Combine a péssima fama dos componentes elétricos da Lucas na época, com os motores da Leyland que vazavam óleo, faziam fumaça e eram simplesmente mal projetados, até surpreende o fato de terem sido fabricados por tanto tempo.
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Um motor odiado nem sempre é necessariamente um motor ruim. Muitas vezes pode se tratar apenas de um caso em que seu projeto ficou defasado com o tempo, foi limitado por novas exigências de poluição, segurança ou aplicação, ou mesmo por ter implementado boas ideias de maneira ruim ou até antes do tempo.

Hurricane seis cilindros Willys/Ford no Maverick
O motor seis cilindros usado aqui no Brasil pelo Maverick é uma evolução do motor Willys Hurricane de 1950 que equipou Jeeps, Rural Willys, Aero Willys e outros modelos. A compra da Willys-Overland pela Ford permitiu que a empresa usasse algo já conhecido, sem precisar investir no projeto e fabricação de uma nova máquina. O problema é que o motor exigiu recursos para sua adaptação ao Maveco, e sua concepção antiga – “O primeiro motor à gasolina produzido no Brasil” – não tinha um rendimento dos mais empolgantes - há quem jure que ele não rendia mais que o quatro cilndros também oferecido.

Ford CHT / Autolatina / Volkswagen AE
Nem tanto um caso de um motor ruim, o CHT foi outro resquício das compras da Ford. O projeto dessa vez veio dos franceses da Renault. Enquanto o seis cilindros do Maverick veio de uma atualização do usado no Aero Willys, o CHT é a evolução do motor do Willys Interlagos, a versão nacional do Alpine A108, com alguns componentes compartilhados com o Dauphine/Gordini. O motor – chamado de Ventoux na França – foi batizado de CHT por aqui ao ser adotado pelo Corcel – por sua vez, baseado no Renault 12. Não era nada mal na econômica Europa da década de 50, mas seu desempenho depois de décadas continuava baixo, ainda mais quando, com o nome de AE1600, substituiu o AP1600. No final da vida, ainda teria uma versão 1.0.

GM Família II
Outro caso de pistões, cilindros e bielas fazendo hora extra, a família II da GM chegou por aqui empurrando o Monza. Gostou tanto do Brasil que acabou equipando três gerações do Astra (incluindo o Vectra atual), após receber injeção multiponto e outras atualizações. Taxistas em geral continuam adorando a confiabilidade e a manutenção sem segredos desses 2.0, mas o que já foi um motor moderno no final se tornou um dos pontos fracos na disputa da GM com os modernos sedãs europeus, japoneses e (agora) coreanos.

Volkswagen 1.0 16v e 16v Turbo
Para dar ânimo ao motor 1.0 – além de aproveitar alíquotas menores dadas pelo governo aos motores de menor cilindrada – a Volkswagen criou uma versão com dezesseis válvulas, usado na Parati e no Gol, e outra com um turbocompressor Garrett. A maior potência, no entanto exigia cuidados redobrados quanto às recomendações do fabricante, o que nem sempre acontecia . Isso gera até hoje uma polêmica entre os comentários - é grande o número de gente que reclama da confiabilidade desse motor, enquanto outros dizem que a culpa é da falta de manutenção adequada por parte dos donos. Dez anos depois, a mesma fórmula de volumes menores com sobrealimentação volta a surgir como opção para reduzir o consumo e a emissão de poluentes. Será que dessa vez pega?

Renault 1.4
O motor Renault 1.4, encontrado nos modelos Alliance e Encore da década de 80, era bem ruim. Famoso por explodir a junta do cabeçote, quando não estava queimando óleo ou morrendo, andava como se tivesse fumado três maços de cigarro por dia durante décadas. O motor era simplesmente anêmico. A cada troca de óleo era bom checar a junta do cabeçote, só por precaução.

Ford V8 4.2
Usado originalmente nos Mustangs da plataforma Fox na década de 1980, o V8 4.2 era um verdadeiro mico. Limitado pelos equipamentos de controle de emissões, produzia apenas 120 cavalos. O carro era oferecido ainda com um quatro cilindros turbo, que conseguia ser mais potente. Menos potência com o dobro de cilindros? Como você vai encarar os outros pony cars, Mustang?

Suzuki 1.0 3 cilindros
Um litro e três cilindros de fúria! O motor respirava por meio de um carburador operado a vácuo, que era “barulhento como o inferno” segundo o Crel. O motor parecia sofrer da síndrome do Mario Bros, com mais de 40 tubos e mangueiras. Se uma das mangueiras de borracha se soltasse, você poderia perder uma bela tarde (se tiver sorte). Um motor que não valia o trabalho que dava.

V8 4.3 GM Diesel
“Ruim mesmo pelos padrões da GM” parece ser o consenso entre os comentários quando se trata do motor diesel da GM no final da década de 1970. Reza a lenda que esses motores eram unidades a gasolina, convertidos de qualquer jeito para “usar” diesel. Ao contrário da maioria das lendas, essa história termina com frustração e tristeza, além de fumaça, cheiro e som nos passageiros. Conhecido pelo desempenho decepcionante e por explodir juntas de cabeçote, esses motores são uma mancha na história da GM norte-americana que ela gostariam de apagar.

Peugeot-Renault-Volvo V6
Usado em uma série de Volvos, Renaults, Peugeots e até alguns Dodges, o V6 projetado por um comitê era a verdadeira definição de um motorzinho. Construído em alumínio (para ser rápido, certo?) tinha tendência a deformar, baixa potência, e era tão mal projetado que para trocar praticamente qualquer coisa nele, todo o bloco tinha que ser removido. Mas o pecado mais imperdoável de todos não era o quão baixo era sua confiabilidade. É que foi parar no DeLorean.

General Motors 8-6-4
Se você procura por um motor cujo conceito estava além da tecnologia necessária para funcionar, acabou de encontrar. Desenvolvido com um sistema para desativar os cilindros quando não eram necessários, o 8-6-4 parecia uma grande ideia no papel. A realidade era outra, os motoristas sofriam com batidas, sons, desempenho irregular, e ataques de fúria. Foi um dos piores motores a vir da GM em muitos anos. O sistema não era muito confiável também, deixando os donos com um motor 8-6-4-0 no final das contas.

Qualquer coisa da British Leyland
A não ser que você goste de estocar óleo – e de manchas frequentes no piso da garagem ou na frente de casa – além de nuvens de fumaça aleatórias na estrada, os motores da British Leyland provavelmente não são a melhor escolha. Claro, foram usados em alguns carros divertidos. Mas deram à empresa a reputação que tem hoje. Combine a péssima fama dos componentes elétricos da Lucas na época, com os motores da Leyland que vazavam óleo, faziam fumaça e eram simplesmente mal projetados, até surpreende o fato de terem sido fabricados por tanto tempo.
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