A fantástica fábrica da Ferrari

*** Ai sim.. rs ***

O chão claro parece de um consultório médico, impressão reforçada pelos robôs de precisão cirúrgica que tomam conta do ambiente. Entre as máquinas, jardins bem-cuidados abrigam plantas e até pequenos arbustos. A temperatura e a umidade do ar são controladas. Estamos num criadouro de cavalos. E todo esse tratamento VIP não é exagero: trata-se de uma tropa de raça pura, italiana, que já nasce empinando. Chegamos bem a tempo de observar um momento mágico, o início do nascimento do mais novo rebento da família. Um braço mecânico posiciona a válvula no cabeçote do bloco V8 que vai equipar uma 458 Italia.
Com um sorriso indisfarçável de quem tinha acabado de passar o dia acelerando a própria 458, agora eu tentava orientar meus olhos em meio a tanta atração. Nossa visita à fábrica da Ferrari começa pela linha de montagem dos modelos V8, California e 458 Italia, responsável por 70% da produção – os V12, com a dupla 599 GTB e 612 Scaglietti, respondem pelos 30% restantes. É uma oportunidade rara de admirar a esmerada qualidade de montagem dos carros, e também para ver que nem toda Ferrari é vermelha (ou, às vezes, amarela). A California apareceu pintada de cinza, azul e preto. Já a 458 que mais me impressionou foi uma branca, mas também havia até azul-escura. Peguei a máquina para fotografar e, ooops, não pode. Foto aqui só oficial, como as desta página.

O prédio da montagem é apenas um dos seis dedicados à fabricação dos supercarros no complexo industrial conhecido como cittadella Ferrari – uma pequena cidade realmente, com mais de 551 mil m2. E a marca ainda detém, desde 1977, as instalações da Carrozzeria Scaglietti, em Modena (cerca de 20 km de Maranello). Ela cuida da construção do monobloco, portas e capô das Ferraris, tudo em alumínio. São dois galpões: um para os carros de produção e outro para protótipos e séries especiais. Depois de prontas, as carrocerias seguem para Maranello, onde vão receber pintura, conjunto mecânico e acabamento.
Claro que, para fabricar carros tão especiais, a produção é limitada. Inaugurada em 1947, a fábrica da Ferrari produziu cerca de 6 mil unidades em 2009, número vistoso para uma fabricante de superesportivos, mas irrisório perto de grandes montadoras. Para se ter uma ideia, a unidade da Fiat em Betim (MG) faz 3 mil carros num só dia, em três turnos. Na Ferrari, às 6 horas da tarde de sexta-feira que passeamos por lá, quase não havia gente na montagem final.
Por falar nos funcionários, os 2.750 empregados trabalham com gosto. Afinal, a Ferrari vem investindo na qualidade de vida na cittadella. Além de prédios modernos e bem iluminados (dá uma olhada na foto do restaurante!), a fábrica dispõe de áreas de relaxamento e há mais de 100 bicicletas para facilitar o trânsito do pessoal. A avenida principal, não à toa chamada de Enzo Ferrari, atravessa praticamente todo o complexo, enquanto as ruas transversais recebem o nome de grandes pilotos que já vestiram as cores da Scuderia. Próximo da portaria, um prédio com formato curioso chama a atenção. É o famoso túnel de vento, lugar de desenvolvimento da aerodinâmica dos carros de rua e dos F1.

Outra preocupação da Ferrari é com o meio ambiente – e não somente ao diminuir as emissões de CO2 de seus carros. Com a instalação de painéis fotovoltaicos (que captam energia solar) no teto de alguns prédios, a marca tornou-se autossuficiente em energia neste ano. E o complexo ainda soma 165 mil m2 de área verde, com mais de 200 árvores plantadas só em 2008.
Durante a visita, o ronco de um F1 acelerando ecoava pelos ares da cittadella. É o som de Maranello, vindo da pista de testes da Ferrari. Ao lado da fábrica, o circuito de Fiorano tem mais de 2,9 km de pista. “Será que é o (Felipe) Massa?”, perguntei. “Não, provavelmente são clientes fazendo test drive nos F1 antigos”, diz Joanne Marshall, diretora de comunicação. Isso mesmo, a Ferrari vende seus bólidos de corrida depois de dois anos. Após deixar a fábrica, isso não me saía da cabeça: “Humm, será que aceitam meu carro como parte de pagamento de um F1 2008?”
F A

O chão claro parece de um consultório médico, impressão reforçada pelos robôs de precisão cirúrgica que tomam conta do ambiente. Entre as máquinas, jardins bem-cuidados abrigam plantas e até pequenos arbustos. A temperatura e a umidade do ar são controladas. Estamos num criadouro de cavalos. E todo esse tratamento VIP não é exagero: trata-se de uma tropa de raça pura, italiana, que já nasce empinando. Chegamos bem a tempo de observar um momento mágico, o início do nascimento do mais novo rebento da família. Um braço mecânico posiciona a válvula no cabeçote do bloco V8 que vai equipar uma 458 Italia.
Com um sorriso indisfarçável de quem tinha acabado de passar o dia acelerando a própria 458, agora eu tentava orientar meus olhos em meio a tanta atração. Nossa visita à fábrica da Ferrari começa pela linha de montagem dos modelos V8, California e 458 Italia, responsável por 70% da produção – os V12, com a dupla 599 GTB e 612 Scaglietti, respondem pelos 30% restantes. É uma oportunidade rara de admirar a esmerada qualidade de montagem dos carros, e também para ver que nem toda Ferrari é vermelha (ou, às vezes, amarela). A California apareceu pintada de cinza, azul e preto. Já a 458 que mais me impressionou foi uma branca, mas também havia até azul-escura. Peguei a máquina para fotografar e, ooops, não pode. Foto aqui só oficial, como as desta página.

O prédio da montagem é apenas um dos seis dedicados à fabricação dos supercarros no complexo industrial conhecido como cittadella Ferrari – uma pequena cidade realmente, com mais de 551 mil m2. E a marca ainda detém, desde 1977, as instalações da Carrozzeria Scaglietti, em Modena (cerca de 20 km de Maranello). Ela cuida da construção do monobloco, portas e capô das Ferraris, tudo em alumínio. São dois galpões: um para os carros de produção e outro para protótipos e séries especiais. Depois de prontas, as carrocerias seguem para Maranello, onde vão receber pintura, conjunto mecânico e acabamento.
Claro que, para fabricar carros tão especiais, a produção é limitada. Inaugurada em 1947, a fábrica da Ferrari produziu cerca de 6 mil unidades em 2009, número vistoso para uma fabricante de superesportivos, mas irrisório perto de grandes montadoras. Para se ter uma ideia, a unidade da Fiat em Betim (MG) faz 3 mil carros num só dia, em três turnos. Na Ferrari, às 6 horas da tarde de sexta-feira que passeamos por lá, quase não havia gente na montagem final.
Por falar nos funcionários, os 2.750 empregados trabalham com gosto. Afinal, a Ferrari vem investindo na qualidade de vida na cittadella. Além de prédios modernos e bem iluminados (dá uma olhada na foto do restaurante!), a fábrica dispõe de áreas de relaxamento e há mais de 100 bicicletas para facilitar o trânsito do pessoal. A avenida principal, não à toa chamada de Enzo Ferrari, atravessa praticamente todo o complexo, enquanto as ruas transversais recebem o nome de grandes pilotos que já vestiram as cores da Scuderia. Próximo da portaria, um prédio com formato curioso chama a atenção. É o famoso túnel de vento, lugar de desenvolvimento da aerodinâmica dos carros de rua e dos F1.

Outra preocupação da Ferrari é com o meio ambiente – e não somente ao diminuir as emissões de CO2 de seus carros. Com a instalação de painéis fotovoltaicos (que captam energia solar) no teto de alguns prédios, a marca tornou-se autossuficiente em energia neste ano. E o complexo ainda soma 165 mil m2 de área verde, com mais de 200 árvores plantadas só em 2008.
Durante a visita, o ronco de um F1 acelerando ecoava pelos ares da cittadella. É o som de Maranello, vindo da pista de testes da Ferrari. Ao lado da fábrica, o circuito de Fiorano tem mais de 2,9 km de pista. “Será que é o (Felipe) Massa?”, perguntei. “Não, provavelmente são clientes fazendo test drive nos F1 antigos”, diz Joanne Marshall, diretora de comunicação. Isso mesmo, a Ferrari vende seus bólidos de corrida depois de dois anos. Após deixar a fábrica, isso não me saía da cabeça: “Humm, será que aceitam meu carro como parte de pagamento de um F1 2008?”
F A