Comerciais: citando a concorrência - pelo bem, e pelo mal

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Quando uma campanha de propaganda opta por citar a concorrência, está pisando em ovos. Território delicado este, de promover a própria marca envolvendo diretamente a de terceiros - o resultado naturalmente tende a ser apelativo e baixo. Nisso entra a arte das agências de propaganda, que trabalham todos os elementos da comunicação audiovisual para produzir algo sutil e de bom gosto - afinal, você está vendendo automóveis, e não a campanha do Tiririca (perdoem-me os fãs!). Veja neste post um exemplo gringo de sucesso, e um caso nacional de - digamos francamente - fracasso.
Vamos começar pelo caso Nissan. Este comercial está circulando em todos os horários da TV aberta. Poucas vezes vi algo tão direto e agressivo. Apesar do roteiro engraçado e da produção de ponta, a mensagem que escancara é ácida e desnecessária: estão chamando a Chevrolet, Honda e Fiat de incompetentes. Ou mais do que isso, faz as próprias marcas rivais assumirem este papel e mencionam com precisão cirúrgica os rivais de mercado! Ao mesmo tempo, citam os prêmios conquistados pela Livina - isso sim, algo que se preze.
Mas é preciso mesmo menosprezar as rivais desta maneira? O saldo final é apelativo, e confesso que fico na dúvida se ajudou mesmo a promover a imagem da Nissan. Fora a briga que compraram com a concorrência...
Já a mensagem da BMW, vista neste comercial de circulação holandesa, é rebuscada e quase subliminar. Para os apaixonados entusiastas, Ferrari é uma religião. Então, a marca do cavallino é tratada com o respeito e devoção de quem gosta, entende e respira o mundo dos carros. Posiciona a Ferrari como uma amante, e a BMW como a esposa perfeita. A campanha atinge o que parece impossível: valoriza a concorrência e a própria marca, a primeira de maneira mais direta (mas plana), a última; de forma mais complexa e profunda. De quebra, ganha pontos pela elegância e o posicionamento de connoisseur de automóveis. Ousadia, paixão, respeito. São alguns dos valores que o vídeo transpira.
Assista os comerciais um após o outro, e veja a diferença que uma campanha de propaganda pode fazer para a imagem da marca - independentemente dos seus produtos. A fábrica que faz maravilhas como o 370Z e o GT-R merece algo mais nobre, não acham?
F J


Quando uma campanha de propaganda opta por citar a concorrência, está pisando em ovos. Território delicado este, de promover a própria marca envolvendo diretamente a de terceiros - o resultado naturalmente tende a ser apelativo e baixo. Nisso entra a arte das agências de propaganda, que trabalham todos os elementos da comunicação audiovisual para produzir algo sutil e de bom gosto - afinal, você está vendendo automóveis, e não a campanha do Tiririca (perdoem-me os fãs!). Veja neste post um exemplo gringo de sucesso, e um caso nacional de - digamos francamente - fracasso.
Vamos começar pelo caso Nissan. Este comercial está circulando em todos os horários da TV aberta. Poucas vezes vi algo tão direto e agressivo. Apesar do roteiro engraçado e da produção de ponta, a mensagem que escancara é ácida e desnecessária: estão chamando a Chevrolet, Honda e Fiat de incompetentes. Ou mais do que isso, faz as próprias marcas rivais assumirem este papel e mencionam com precisão cirúrgica os rivais de mercado! Ao mesmo tempo, citam os prêmios conquistados pela Livina - isso sim, algo que se preze.
Mas é preciso mesmo menosprezar as rivais desta maneira? O saldo final é apelativo, e confesso que fico na dúvida se ajudou mesmo a promover a imagem da Nissan. Fora a briga que compraram com a concorrência...
Já a mensagem da BMW, vista neste comercial de circulação holandesa, é rebuscada e quase subliminar. Para os apaixonados entusiastas, Ferrari é uma religião. Então, a marca do cavallino é tratada com o respeito e devoção de quem gosta, entende e respira o mundo dos carros. Posiciona a Ferrari como uma amante, e a BMW como a esposa perfeita. A campanha atinge o que parece impossível: valoriza a concorrência e a própria marca, a primeira de maneira mais direta (mas plana), a última; de forma mais complexa e profunda. De quebra, ganha pontos pela elegância e o posicionamento de connoisseur de automóveis. Ousadia, paixão, respeito. São alguns dos valores que o vídeo transpira.
Assista os comerciais um após o outro, e veja a diferença que uma campanha de propaganda pode fazer para a imagem da marca - independentemente dos seus produtos. A fábrica que faz maravilhas como o 370Z e o GT-R merece algo mais nobre, não acham?
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