É possível importar carros de forma independente?

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Quem nunca ouviu dizer que a grama do vizinho é mais verde? Em termos mais claros: o carrinho de cortar grama do vizinho é sempre mais legal. Ainda mais se ele for raro, do tipo que não é importado oficialmente para cá. Já pensou em fazer as contas para ver se compensa trazer por conta própria o automóvel dos seus sonhos?
Importar um carro não é como fazer uma encomenda no eBay e torcer para que o pacote passe pela malha fina da Receita Federal. Se uma importadora cobra caro pelo serviço, faz isso devido à demora, protecionismo, burocracia e taxação, além de outros aspectos obscuros do funconalismo portuário.

Peça por favor
O primeiro passo é simplesmente pedir para Receita Federal que ela deixe você comprar o carro. Para isso, você precisa se cadastrar no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), que irá monitorar todas as etapas do processo e analisar os seus dados, como documentos e renda.

A escolha
Se a Receita liberou o seu pedido, está na hora de escolher o carro. Ele precisa ser zero quilômetro ou então ter mais de 30 anos de uso (o que garante o direito de compra dos colecionadores). Vamos pegar um exemplo para servir de base para o cálculo dos impostos. Que tal um icônico cabriolé Mazda MX-5 Miata 2011? Com um precinho de US$ 22.960 em sua versão inicial, você poderia se divertir um bocado com seus 167 cavalos, pouco peso e uma série de itens de segurança como ABS e Airbags espalhados para todos os lados. Sem impostos, frete ou comissões, ele sairia por cerca de R$ 38.104.

Documentos, faturas e aprovações
Com o carro escolhido, a loja precisa emitir uma fatura, um documento chamado Pró-forma, que contém tantas informações quanto possíveis. Dados da loja, do comprador, do modelo escolhido, de como será feito o envio, valores e tudo mais estão especificados nele. Com este documento em mãos, é hora de pedir as licenças. Primeiro no IBAMA – afinal, são 167 cavalos – onde é preciso declarar emissão e ruídos do veículo (eita, ferrou!) para pegar uma Licença para Uso da Configuração do Veículo Automotor (LCVM). Depois disso, você precisará ir no Denatran descolar um CAT, um Certificado de Adequação à Legislação Nacional de Trânsito, que garante que o seu MX-5 é capaz de circular nas ruas brasileiras.

Aceita pagamento em 60 parcelas?
Para pagar o carro, você ainda precisará recorrer ao SISCOMEX (o Big Brother da negociação), que vai liberar o pedido com uma Licença de Importação. Agora sim, hora de pagar. Espera-se que aqui você já saiba que terá que desembolsar a bolada à vista. Nada de parcelar ou passar no cartão. Seriam 22 mil doletas mais o frete pagos na lata. É preciso fazer uma remessa no nome da loja em algum banco autorizado pelo Banco Central para realizar esta operação. O carro demora cerca de 100 dias para chegar... tempo para você juntar o restante do dinheiro.

O restante do dinheiro
Carros são enviados por vias marítimas e é no porto onde você receberá a pancada dos impostos – não me admira que os leilões no porto de Santos tenham Lamborghini e Ferrari encalhadas por lá, provavelmente esquecidas por donos que não tiveram cacife para (ou não quiseram) pagar os impostos. Mas o seu carro já está aqui, cara. Vai desistir agora? Tudo o que você precisa pagar é o Imposto de Importação, ICMS, IPI, PIS e COFINS, todos eles calculados sobre o valor do carro (US$ 22.960) e do frete (geralmente US$ 2.500 para envio de navio), mais uma comissão para o maldito despachante e algumas taxas portuárias. Felizmente, o site da Receita Federal tem um simulador que nos ajuda a fazer os cálculos.
Com o frete, nosso Mazda MX-5 passou a custar R$ 42.253 e os nossos impostos ficaram em R$ 44.563, valor que ainda não inclui a taxa portuária de cerca de R$ 3.000 e as despesas com despachante, que ficariam por volta de R$ 1.000. No fim das contas, para conseguir um cabriolé muito bacana como um Mazda MX-5 Miata, um veículo relativamente barato nos Estados Unidos, precisaríamos desembolsar R$ 90.817, fora a dor de cabeça com documentos e licenças e esperar no mínimo cem dias inteiros para colocar as mãos no volante do seu carro. Ah, quem consegue esperar?

Importadora?
Se você é impaciente e quer logo obter o tão sonhado carro importado e quase exclusivo, pode procurar uma importadora. Por comprar carros em lotes, eles conseguem preços melhores na hora de trazê-los para o Brasil e muitas vezes, mesmo com aquela “taxa de serviço”, conseguem oferecer um preço bacana, próximo ou pouco maior do que uma importação particular, com uma vantagem muito grande: pronta entrega e trâmites resolvidos.
F J


Quem nunca ouviu dizer que a grama do vizinho é mais verde? Em termos mais claros: o carrinho de cortar grama do vizinho é sempre mais legal. Ainda mais se ele for raro, do tipo que não é importado oficialmente para cá. Já pensou em fazer as contas para ver se compensa trazer por conta própria o automóvel dos seus sonhos?
Importar um carro não é como fazer uma encomenda no eBay e torcer para que o pacote passe pela malha fina da Receita Federal. Se uma importadora cobra caro pelo serviço, faz isso devido à demora, protecionismo, burocracia e taxação, além de outros aspectos obscuros do funconalismo portuário.

Peça por favor
O primeiro passo é simplesmente pedir para Receita Federal que ela deixe você comprar o carro. Para isso, você precisa se cadastrar no Sistema Integrado de Comércio Exterior (SISCOMEX), que irá monitorar todas as etapas do processo e analisar os seus dados, como documentos e renda.

A escolha
Se a Receita liberou o seu pedido, está na hora de escolher o carro. Ele precisa ser zero quilômetro ou então ter mais de 30 anos de uso (o que garante o direito de compra dos colecionadores). Vamos pegar um exemplo para servir de base para o cálculo dos impostos. Que tal um icônico cabriolé Mazda MX-5 Miata 2011? Com um precinho de US$ 22.960 em sua versão inicial, você poderia se divertir um bocado com seus 167 cavalos, pouco peso e uma série de itens de segurança como ABS e Airbags espalhados para todos os lados. Sem impostos, frete ou comissões, ele sairia por cerca de R$ 38.104.

Documentos, faturas e aprovações
Com o carro escolhido, a loja precisa emitir uma fatura, um documento chamado Pró-forma, que contém tantas informações quanto possíveis. Dados da loja, do comprador, do modelo escolhido, de como será feito o envio, valores e tudo mais estão especificados nele. Com este documento em mãos, é hora de pedir as licenças. Primeiro no IBAMA – afinal, são 167 cavalos – onde é preciso declarar emissão e ruídos do veículo (eita, ferrou!) para pegar uma Licença para Uso da Configuração do Veículo Automotor (LCVM). Depois disso, você precisará ir no Denatran descolar um CAT, um Certificado de Adequação à Legislação Nacional de Trânsito, que garante que o seu MX-5 é capaz de circular nas ruas brasileiras.

Aceita pagamento em 60 parcelas?
Para pagar o carro, você ainda precisará recorrer ao SISCOMEX (o Big Brother da negociação), que vai liberar o pedido com uma Licença de Importação. Agora sim, hora de pagar. Espera-se que aqui você já saiba que terá que desembolsar a bolada à vista. Nada de parcelar ou passar no cartão. Seriam 22 mil doletas mais o frete pagos na lata. É preciso fazer uma remessa no nome da loja em algum banco autorizado pelo Banco Central para realizar esta operação. O carro demora cerca de 100 dias para chegar... tempo para você juntar o restante do dinheiro.

O restante do dinheiro
Carros são enviados por vias marítimas e é no porto onde você receberá a pancada dos impostos – não me admira que os leilões no porto de Santos tenham Lamborghini e Ferrari encalhadas por lá, provavelmente esquecidas por donos que não tiveram cacife para (ou não quiseram) pagar os impostos. Mas o seu carro já está aqui, cara. Vai desistir agora? Tudo o que você precisa pagar é o Imposto de Importação, ICMS, IPI, PIS e COFINS, todos eles calculados sobre o valor do carro (US$ 22.960) e do frete (geralmente US$ 2.500 para envio de navio), mais uma comissão para o maldito despachante e algumas taxas portuárias. Felizmente, o site da Receita Federal tem um simulador que nos ajuda a fazer os cálculos.
Com o frete, nosso Mazda MX-5 passou a custar R$ 42.253 e os nossos impostos ficaram em R$ 44.563, valor que ainda não inclui a taxa portuária de cerca de R$ 3.000 e as despesas com despachante, que ficariam por volta de R$ 1.000. No fim das contas, para conseguir um cabriolé muito bacana como um Mazda MX-5 Miata, um veículo relativamente barato nos Estados Unidos, precisaríamos desembolsar R$ 90.817, fora a dor de cabeça com documentos e licenças e esperar no mínimo cem dias inteiros para colocar as mãos no volante do seu carro. Ah, quem consegue esperar?

Importadora?
Se você é impaciente e quer logo obter o tão sonhado carro importado e quase exclusivo, pode procurar uma importadora. Por comprar carros em lotes, eles conseguem preços melhores na hora de trazê-los para o Brasil e muitas vezes, mesmo com aquela “taxa de serviço”, conseguem oferecer um preço bacana, próximo ou pouco maior do que uma importação particular, com uma vantagem muito grande: pronta entrega e trâmites resolvidos.
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