300C V6 é opção 'barata' para ver e ser visto


‘É o carro do Ferraço?’, me perguntou um pedestre ao me ver saindo do Chrysler 300C. Depois vim saber que o sedã ficou famoso ao participar da novela Duas Caras com o vilão da história ao volante. Ao rodar com ele mais um pouco, vi pessoas apontando, avisando a pessoa ao lado para também olhar aquela ‘barca’ passando. Pois é, mesmo estando no Brasil desde o Salão do Automóvel de 2004, o carro ainda chama muito a atenção por onde passa.
Também pudera. São 5,01 m de comprimento, 1,88 m de largura e 1,47 m de altura. Uma Nissan Frontier cabine dupla é apenas 20 cm mais longa e perde na largura por 3 cm. É carro para impor respeito no trânsito. Suas linhas seguem a moda do retrô, com farois de formato irregular e uma grande grade cromada. As linhas são retas e elegantes e a ‘cintura’ do carro fica bem alta, deixando as janelas estreitas. A traseira ostenta lanternas verticais, com elementos circulares que diferenciam a versão V6 da V8.
E o triunfo do carro não é nem o status que ele oferece, mas a aparência por ‘pouco’. Na versão equipada com o motor de seis cilindros em V, custa R$ 144.900. São R$ 30 mil a menos que a V8. Seus concorrentes são Chevrolet Omega (R$ 122.400), Volkswagen Passat V6 (R$ 141.090) e Honda Accord V6 (R$ 144.500), mas todos perdem no porte. Corre por fora ainda o Ford Fusion V6 que, assim como o Volkswagen, conta com tração integral. O Ford custa R$ 99.900. O Chrysler tem ainda, além da versão V8 com motor de 5,6 litros e 360 cv, a esportiva SRT8, com um monstruoso V8 de 6,1 litros e 431 cv de potência e custa R$ 221.500.
Motor não deixa a desejar, mas também não empolga
Nessa versão mais barata, a V6, são 3,5 litros e 249 cv de potência a 6.400 rpm. O torque máximo é de 34 kgfm e aparece com o ponteiro do conta-giros a 3.800 rpm. Não espere dele um desempenho de colar as costas no banco, mas nem é esse o intuito do carro. O objetivo dele é levar o patrão com conforto, sem deixar o pé direito querendo mais. Isso ele faz bem. De 0 a 100 km/h, ele acelera em 9,6 segundos e chega a 219 km/h, segundo números estimados pela fábrica. A suspensão bem acertada e os pneus 225/60 de 18 polegadas colaboram para uma viagem mais tranquila em um carro com 1.845 quilos.
O câmbio de cinco marchas é um típico Mercedes-Benz, já que o 300C tem origem na antiga geração da Classe E e é da época que a Chrysler pertencia ao grupo Daimler (hoje é da Fiat). As trocas sequenciais são feitas na horizontal. Da marca da estrela de três pontas também vieram outros detalhes, como a chave e a alavanca do controlador de velocidade, que faz os motoristas menos iniciados a confundi-la com a seta.

O escalonamento é bom, mas no modo manual é possível chegar somente à quarta marcha. A quinta fica como um ‘overdrive’ no modo automático. A vontade do motorista, no entanto, é respeitada. Basta uma pisada mais forte no pedal do acelerador para o V6 uivar e o carro disparar com o vigor que lhe é cabido. Se bobear, o patrão lá do banco de trás nem vai perceber. O volante, grande e de pegada estranha, ajuda a não deixar o motorista se sentir piloto.
Mas não pense que por isso o carro é lento. Se comparado a seus concorrentes, realmente parece andar menos que o Honda Accord, por exemplo, mas a aceleração é rápida e o Chrysler atinge boas velocidades. Nas curvas mais ousadas, ele não chegou a pedir o auxílio eletrônico, mas o controle de estabilidade está ali à postos.
Ao volante, o conforto é mesmo o destaque. Há espaço com folga para quatro pessoas, inclusive para as pernas de quem vai atrás. Apenas o alto túnel do eixo cardã que rouba a área das pernas de quem vai no meio do banco traseiro. Os bancos de couro acomodam muito bem o corpo e os da frente possuem aquecimento. No V8, até o traseiro pode ficar quente. Só é preciso medir bem a garagem antes de assinar o cheque. Devido às suas dimensões um tanto quanto exageradas, estacionar o 300C não é tarefa para qualquer um. Basta lembrar do comparativo com a Nissan Frontier já citado. A dificuldade de estacionar o sedã em um supermercado é a mesma de encaixar a picape nas vagas apertadas.
Tentativa de imitar madeira não convence como o som
O acabamento do Chrysler 300C é mais padrão Mercedes-Benz do que da média dos carros norteamericanos. Os plásticos são agradáveis e os arremates perfeitos. O único pênalti do carro é a imitação de madeira no volante, puxadores de porta e console central. Ela é feita de resina lisa e um pouco transparente. Se olhar contra a luz, é possível ver a barra de ferro que forma o aro da direção. O detalhe acaba tirando um pouco a graça do belo visual do interior, onde a cereja do bolo é um elegante relógio analógico no centro.
O que também quebra o estilo clássico do carro, mas isso é por um bom motivo, é a tela de LCD do sistema de som chamado de MYGIG. Ele toca DVD (imagens em movimento só com o câmbio em Park), CD com MP3 e porta auxiliar para cabo P2. Via USB, é possível transferir até 20 Gb de músicas para um HD interno. É o suficiente para armazenar cerca de 600 horas de áudio. O dono do carro também pode transferir fotos para mostrar na tela.
Além do sistema de entretenimento, o pacote de itens de série é bem completo. O carro vem com ar-condicionado automático com controles analógicos e de duas zonas, seis airbags, bancos com ajustes elétricos e memória para motorista (desliza para trás e levanta o volante ao tirar a chave do contato e volta ao lugar ao acionar a ignição), freios ABS, farois de xenônio com regulagem de altura automática e lavadores, computador de bordo e sensores de obstáculos traseiros e dianteiros.
Fonte: Icarros
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O único 300c que posso ter no momento é este!! huahuahuahua

